🏫Uma escola com história… e problemas estruturais
A Escola Básica da Gandra, em Ferreiros, tem mais de 40 anos. E, infelizmente, esse tempo passou sem que o edifício tivesse conhecido qualquer requalificação profunda. Infiltrações, humidades, fissuras, janelas com vidro simples, fracas acessibilidades e um ringue completamente obsoleto são apenas alguns dos problemas apontados por quem visitou o espaço.
A gravidade da situação levou a Coligação Juntos por Braga a apresentar, na Assembleia de Freguesia de Ferreiros e Gondizalves, realizada a 30 de setembro de 2024, uma proposta concreta de intervenção, baseada em visitas a todas as escolas da freguesia, que ocorreram antes do início do ano letivo.
📢 Proposta apresentada em Assembleia
O deputado Filipe Dias, eleito pela coligação, foi claro ao descrever o estado da Escola da Gandra como o mais preocupante de todos os equipamentos escolares da freguesia. Segundo a proposta apresentada:
“A escola apresenta problemas ao nível da estrutura do edifício, ao nível das acessibilidades a pessoas com mobilidade reduzida, das caixilharias com vidros simples sem qualquer resistência térmica, isto tudo associado ao próprio desgaste de um edifício com 44 anos e que nunca sofreu obras de melhorias profundas”
A proposta tinha como objetivos imediatos propor à Junta que:
- Proceda, com a máxima urgência, às intervenções ao abrigo do protocolo de delegação de competências celebrado com o Município;
- Reforce a reivindicação junto das entidades competentes, nomeadamente o Município, para que intervenha com urgência.
🗳️ A proposta foi aprovada — mas com abstenções
Apesar da urgência reconhecida, a recomendação da Coligação foi aprovada apenas com os votos favoráveis dos seus próprios deputados. Todos os restantes partidos presentes na assembleia optaram pela abstenção, como consta da Ata n.º 17/2024.
O deputado Gabriel Oliveira (do PS) declarou abster-se por considerar que, embora reconheça a necessidade das intervenções, estas não podem ser executadas de forma célere e somente pelo executivo.
Já o deputado José Gomes (do PS) entendeu que as propostas deveriam ter sido apresentadas diretamente ao pelouro municipal, apelando a soluções e não apenas à identificação de problemas.
📣 A promessa do Município
Em maio deste ano, o atual executivo camarário, pela voz do candidato João Rodrigues, respondeu às preocupações. Após uma visita à escola, elogiou o trabalho pedagógico desenvolvido e reconheceu o estado de degradação das instalações, assegurando que:
“A recuperação da Escola da Gandra é uma prioridade. [...] A escola já está inserida no plano de investimentos do Município e a sua requalificação terá início no próximo ano.”
É, sem dúvida, uma resposta que traz esperança — mas que também levanta uma questão fundamental: porque foi necessária pressão política para colocar esta escola na lista de prioridades?
⏳ Entre promessas e realidade
A Escola da Gandra continua à espera de uma intervenção há décadas. Apesar do trabalho notável da comunidade educativa, a falta de condições físicas compromete o ambiente de aprendizagem e bem-estar dos alunos.
Se há consenso sobre a necessidade de intervenção, então não pode haver mais tempo a perder. O papel da Junta, da Assembleia de Freguesia e do Município deve ser o de agir em conjunto, e não apenas reagir depois de críticas ou propostas.
🧒 Investir na Gandra é investir no futuro
A comunidade espera mais do que promessas — espera ação. E, como bem disse Filipe Dias, “requalificar a Escola da Gandra é requalificá-la na íntegra”.
Seja com fundos municipais, nacionais ou europeus, o que está em causa é a dignidade da educação pública na freguesia de Ferreiros e Gondizalves.